Instalação coreográfica que trata de questões relacionadas à impregnação de comportamentos animais no humano e ao estado de indistinção que se dá entre corpo e ambiente promovidos nesse processo. Reflete sobre as maneiras possíveis do homem conviver com as regras da natureza sem destruí-la, a partir de temas como devir animal (Gilles Deleuze e Félix Guattari), animalidade (Georges Bataille), pantofagia (hábito de comer qualquer coisa sem discriminação), geofagia (hábito de comer terra) e unidade geofágica (Abguar Bastos), ou seja, a relação de horizontalidade que se estabelece entre homem e animal quando o homem reverbera o animal ao comer barro. Tais conceitos evidenciam uma possível relação original de continuidade e in distinção entre homem, animal e ambiente explorados na obra, que busca possibilitar o reconhecimento da existência de um modo primeiro de vida contínuo, no qual vivia-se uma existência sem duração, na imanência, concentrada no momento presente e imediato do qual carregamos marcas. Para que possamos, talvez, nos conhecermos em nossa totalidade, integridade. Pois, segundo Bataille possuímos a nostalgia dessa fruição livre e imediata da vida: unos com o universo.
Concepção e Direção Geral Marta Soares
Coreografia e Interpretação Marta Soares
Desenho de Luz Aline Santini
Operadoras de Luz Clara Caramez e Sibila
Desenho de Som Lívio Tragtenberg
Figurino Marta Soares
Concepção Espaço Cenográfico: Marta Soares
Desenvolvimento Espaço Cenográfico: Marta Soares e Rafael de Souza
Assistente de Ensaio Rafael de Souza
Assistente de Direção Clayton dos Santos Guimarães
Fotografia João Caldas
Produção CAIS Produção Cultural
Produtores Beto de Faria e Zé Renato
Performer e coreógrafa. Desenvolve trabalhos que pesquisam possibilidades de interseções entre dança, artes visuais e música. Possui graduação em artes pela State University of New York (SUNY). Mestrado em Comunicação e Semiótica e doutorado em Psicologia Clínica pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo. Entre suas produções destacam-se: “Les Poupées”, “Formless”, “O Homem de Jasmim”, “O Banho”, “Um corpo que não aguenta mais”, “Vestígios”, “Deslocamentos” e “Bondages”. Marta recebeu, entre outras, as bolsas para artista da Fundação Japão através da qual estudou com Kazuo Ohno em Tóquio e da Fundação John Simon Guggenheim.
05, 12, 19, 26 Jun e 03 Jul – Curso de História da Dança – Marta Soares – PROAC 03/2022 Criação de DAnça – Projeto DIferonça – Oficina Cultural Oswald de Andrade
19 Out – Bate Papo sobre Processo Criativo Pantofagia – Marta Soares – PROAC 03/2022 Criação de DAnça – Projeto DIferonça – SESC Pinheiros Novembro
Pantofagia – Marta Soares
De 10 a 25 de outubro de 2023. Terças e quartas, às 20h30.
Duração: 60 minutos aproximadamente
Local: Teatro Paulo Autran
Capacidade: 60 pessoas
Ingressos: R$ 30 (inteira); R$ 15 (meia) e R$ 9 (credencial plena).