Ocupação Marta Soares

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2016, Dança, Marta Soares
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‘É COMO SE AS COISAS FOSSEM SE REVELANDO’ – MARTA SOARES REVISITA SUAS OBRAS EM MOSTRA ATÉ O MÊS DE JUNHO

 


Marta Soares é uma artista que tem uma ligação muito particular com o tempo, com os limites do corpo e com as histórias que vai encontrando. Desde quinta-feira, dia 3, Marta revisita um pouco de sua própria história, com seus 20 anos de carreira. Ela apresenta quatro de suas obras na Ocupação Marta Soares, que permanece em cartaz até junho na Oficina Cultural Oswald Andrade, na cidade de São Paulo. Além das apresentações, a Ocupação traz também uma oficina com o intuito de compartilhar um pouco de seu processo criativo, que acontece em junho.

Marta se mudou para São Paulo em 1980 a fim de prestar vestibular para arquitetura, mas o “chamado da dança”, como diz a própria artista – ao se lembrar de um filme que assistira sobre a vida da bailarina Isadora Duncan e da influência de uma prima que estudava na Escola Municipal de Bailado de São Paulo – a fizeram se inscrever em aulas de dança expressiva.

“Em uma das primeiras aulas, ao rolar no chão, pude perceber que aquele tipo de dança poderia ser um meio de vida através do qual eu teria possibilidades de acessar sentimentos e sensações que até então não me haviam sido permitidos”, conta.

As obras escolhidas são Vestígios (2010), O Banho (2004), Deslocamentos – seu mais recente trabalho, ainda em processo – e Les Poupées (1997). Ela conta: “Quando eu escolhi essa ordem, eu pensei que é uma reconstrução de um corpo que dança no espaço, pois, com o passar do tempo, o meu trabalho foi ficando cada vez mais performático”.

E continua: “Em Vestígios, que é uma exumação, o corpo esta em movimento celular, em devires, ancestral – rocha, concha, planta. Em O Banho o corpo se funde ao ambiente, tornando-se simultaneamente figura e fundo. Em Deslocamentos, os corpos das interpretes são acoplados por figurinos-peles e ao movimentarem-se geram figuras híbridas. Em Les Poupées, o corpo é descategorizado, tornando-se simultaneamente feminino e masculino, dentro e fora, vivo e morto”.

Tanto para o público como em seus processos de criação o tempo é expandido. É necessária uma percepção de tempo muito diferente daquela com a qual lidamos no cotidiano para observar a sua obra e, do mesmo modo, ela conta que sua criação exige muito tempo. “São processos longos, o que não é nada prático financeiramente. Em O banho, por exemplo, foram ao todo três anos de processo. Cheguei a reunir mais de 120 horas de vídeo. Em um certo ponto eu fiquei estressada com a intensidade daquilo e parei. Quando eu recebi o [Prêmio] Rumos Itaú Cultural eu retomei o processo, e fui remontar o trabalho, o que levou mais seis meses.”

É perceptível como o olhar da artista é atraído por histórias que motivam a vontade investigativa, que vai além da simples coleta de informações, mas passa por uma necessidade de aproximar do próprio corpo esses objetos de curiosidade, de vivenciar essa investigação.

“É como se as coisas fossem se revelando. Quando eu fiz o Les poupées, por exemplo, eu tive uma empatia com essas fotos do Hans Beller [artista plástico alemão, conhecido pela série de bonecas em tamanho natural que produziu nos anos 1930]. Enxerguei algo de mim naquelas fotos. Mais tarde ganhei, por acaso, um livro da Unika Zürn, esposa de Hans Bellmer, que escrevia automaticamente sobre os seus transtornos mentais. Foi quando eu criei o Homem de jasmim e explorei esse universo. Simultaneamente, eu me interessei pela Casa da Dona Yayá, sem saber da sua história. A sua arquitetura inclassificável me chamava a atenção, parecia um mausoléu. Mais tarde, ao me deparar com um livro sobre a casa,  é que eu fui saber que havia sido um manicômio privado e sobre o transtorno dela. São esses acasos que me atravessam, me tocam e me instigam criar”.

Um processo atípico nessa sequência de obras da ocupação é Deslocamentos, o único trabalho em grupo a ser apresentado, e também o único em que a artista não aparece performando. “O processo começou bem mais aberto, com o intuito de trabalharmos com roupas que aos poucos foram tornando-se um figurino-pele. Fizemos algumas apresentações no formato experimento e no momento estamos focados em criar uma estrutura onde as questões da obra estejam aprofundadas e com a qual seja possível circular”.


 

Vestígios.
De 3 a 19 de março.
Quintas, sextas e sábados, às 20h,

O Banho.
De 31 de março a 16 de abril.
Quintas, sextas e sábados, às 20h

Deslocamentos.
De 6 a 28 de maio.
Sextas e sábados, às 20h
[Sessão extra dia 5 de maio, quinta-feira, às 20h]

Les Poupées.
De 9 a 25 de junho.
Quintas, sextas, e sábados, às 20h
Oficina Cultural Oswald de Andrade.


 

Rua Três Rios, 363 – Bom Retiro – São Paulo, SP.
Classificação: Livre.
Capacidade: 40 lugares.
Entrada gratuita

Os ingressos devem ser retirados 30 minutos antes no local. 

 


 

Oficina de Compartilhamento de Processo Criativo
De 6 a 20 de junho.
Segundas e quartas-feiras, das 14h à 18h.
Público: Artistas da dança, teatro e estudantes das artes do corpo.
Inscrições: De 1º de abril a 30 de maio, pelo site da Oficina Cultural Oswald de Andrade.
Seleção: Análise de currículo e carta de interesse.
Vagas: 20.
Indicação: Maiores de 16 anos.


 

– LES POUPÉES

09, 10, 11, 16, 17, 18, 23, 24, 25/06 (Oficina Cultural Oswald de Andrade) – Espetáculo Les Poupées, Marta Soares no PROJETO “Criação e Circulação de Espetáculos 2015/16” – XVIII Fomento a Dança

 

– DESLOCAMENTOS

05, 06, 07, 13, 14, 20, 21, 27, 28/05 (Oficina Cultural Oswald de Andrade) – Espetáculo Deslocamentos, Marta Soares no PROJETO “Criação e Circulação de Espetáculos 2015/16” – XVIII Fomento a Dança

 

– O BANHO

31/03, 01, 02, 07, 08, 09, 14, 15, 16/04 (Oficina Cultural Oswald de Andrade) – Espetáculo O Banho, Marta Soares no PROJETO “Criação e Circulação de Espetáculos 2015/16” – XVIII Fomento a Dança

 

– VESTÍGIOS

03, 04, 05, 10, 11, 12, 17, 18, 19/03 (Oficina Cultural Oswald de Andrade) – Espetáculo Vestígios, Marta Soares no PROJETO “Criação e Circulação de Espetáculos 2015/16” – XVIII Fomento a Dança

 


 

LES POUPÉES

Concebido, dirigido e interpretado por Marta Soares, o solo de dança “Les Poupées” tem como ponto de partida, entre outras coisas, as fotos de bonecas realizadas pelo artista surrealista alemão Hans Bellmer que foi influenciado pelos contos de E.T.A. Hoffman, em especial pelo conto “O Homem de Areia”, o qual deu origem ao ballet Copélia, pelos movimentos dadaísta e surrealista e pelos experimentos psicanalíticos realizados no início do século XX por Charcot e Freud com pacientes histéricas. Bellmer buscava ao fotografar as suas bonecas, as quais montava, desmontava e remontava, o que ele determinou como “inconsciente físico” que seria o caminho que os desejos inconscientes percorrem pelo corpo. Bellmer procurava incessantemente em suas fotografias, ao virar o corpo pelo avesso para expor os mecanismos dos desejos humanos, revelar a relação entre o dentro e o fora do mesmo.

Inspirado pelas fotografias de Hans Bellmer, como também pelas fontes internas da sua criadora, o solo “Les Poupées” explora questões como a fragmentação do corpo, a dissolução dos limites entre o corpo e o seu entorno, e também o borramento das fronteiras entre as categorias masculina e feminina, para refletir sobre a condição de multiplicidade do sujeito na contemporaneidade.

Ficha Técnica
Concepção, Direção e Interpretação: Marta Soares
Desenho de Luz: Beto de Faria
Figurino: Marta Soares
Trilha Sonora: Marta Soares
Operação de Luz: Beto de Faria e Rafael Araújo
Operação de Som: Rafael Araújo
Fotos: Gil Grossi
Assessoria de imprensa: Fernanda Teixeira / Arteplural
Programação Visual: Sato do Brasil e Murilo Thaveira / casadalapa
Produção Executiva: Cais Produção Cultural
Produtores: Beto de Faria e José Renato Fonseca de Almeida

 


 

DESLOCAMENTOS

Deslocamentos são partituras coreográficas constituídas por várias combinações de corpos acoplados por figurinos, que ao se movimentarem geram figuras híbridas, sem classificação pré-estabelecida e que podem, simultaneamente, virem a ser homem e mulher, vivo e morto, dentro e fora, figura e fundo, ou seja, corpos informes (sem forma).
Corpos que refletem sobre como o poder os afeta na contemporaneidade, por exemplo, através da biopolítica, e quais seriam as possíveis maneiras deles exprimirem uma potência própria, resistindo às formas vindas de fora e que se impõem ao dentro, para lhes imprimir uma essência.
Para isso eles experimentam situações nas quais cedem progressivamente a todos os tipos de deformações como atos de resistência a qualquer tipo de formatação, classificação e interpretação.
O projeto “Deslocamentos”, contemplado com a 14ª Edição do Programa de Fomento à Dança de São Paulo, realizou uma temporada em fevereiro de 2014, na Casa Modernista – projetada em 1927, pelo arquiteto russo Gregori Warchavchik (1896-1972) – em um formato site-specific, tendo ocupado vários espaços internos e externos da casa. Em seguida, contemplado com a 16ª Edição do Programa de Fomento à Dança de São Paulo, com sua pesquisa aprofundada e em uma nova configuração intitulada “Experimento III”, realizou uma segunda temporada na Casa do Povo, outro marco da arquitetura modernista da cidade de São Paulo, projetada por Mange, Martins e Engels.

Ficha Técnica
concepção e direção: Marta Soares
intérpretes: Carolini Lucci, Lia Mandelsberg, Isabel Monteiro, Mariza Virgolino,Martina Sarantopoulos e Talita Florêncio
intérprete stand in: Josefa Pereira
acompanhamento de ensaios: Tata Gouvea
desenho de som: Lívio Tragtenberg
desenho de luz
concepção: André Boll
adaptação: Marcelo Estevez
figurinos
concepção: Marta Soares
desenvolvimento e execução: Ozenir Ancelmo
objeto cênico: Gilberto Vansan
assistência de direção: Manuel Fabrício
dramaturgia: Bruno Levorin e Marta Soares
operação de som: Rafael Araújo
fotos: João Caldas
design gráfico: Sato do Brasil e Murilo Thaveira/casadalapa
assessoria de imprensa: Arte Plural
produção executiva: CAIS Produção Cultural
Beto de Faria e José Renato Fonseca de Almeida

Agradecemos a Anderson Gouvêa, Natalia Mendonca e Patrícia Bergantin pelas contribuições no processo de criação de Deslocamentos e participações como intérpretes do mesmo nas temporadas na Casa Modernista em 2014 e na Casa do Povo em 2015. A Carolina Callegaro, Flávia Scheye e Larissa Verbisck pelas participações como intérpretes na Casa Modernista em 2014. A Anne Cerutti pelo desenvolvimento dos figurinos nessas etapas e, a Bruno Mendonça e a Fernanda Galinski Lion, pelas assistências.


 

O BANHO

A instalação coreográfica O Banho, Prêmio APCA 2004, é uma reflexão sobre as questões propostas pela vida de D. Sebastiana de Mello Freire, D. Yaya, mulher da elite paulistana que ao ser diagnosticada doente mental teve a sua casa no bairro da Bela Vista, São Paulo, parcialmente transformada em um hospital psiquiátrico privado e nela permaneceu isolada por ordens médicas entre 1919 e 1961.

O Banho não tem como foco a doença mental de D. Yaya, não é uma narrativa linear sobre a sua vida, mas coloca a questão: Qual seria a subjetividade dessa mulher que quando isolada, teve retirados todos os vestígios que lhe remetiam à sua vida anterior e mesmo assim sobreviveu por quarenta anos?

Durante a apresentação, o corpo da performer permanece imerso em uma banheira, movendo-se em limitado espaço e ilimitado tempo, suspenso pelo ponto no qual encontra-se entre vida e morte, em referência aos experimentos realizados pelo médico Jean-Martin Charcot, no hospital Salpetriere em Paris, com pacientes histéricas no final do século XVIII, os quais eram abertos a um público especializado e consistiam de repetitivos ataques induzidos nas pacientes, que hoje podem ser analisados como performances teatrais. As projeções de vídeo, cujas imagens foram realizadas na casa da D. Yaya a partir do solarium de vidro, especialmente de reflexos do corpo da performer fundidos ao espaço, remetem à passagem do tempo, à dissolução do corpo e sugerem uma meditação sobre a sua efemeridade

O Banho é sobretudo um memorial para a conscientização da resistência de D. Yaya, como também um ritual de limpeza e cura dedicado às mulheres que viveram ou vivem situações semelhantes ás dela.

Ficha Técnica

Concepção, Direção e Performance: Marta Soares
Desenho de Som: Lívio Tragtenberg
Desenho de Luz: Wagner Pinto
Câmeras: Marta Soares, Helio Ishii, Nelson Enohata
Coordenação Técnica: Cristiano Pedott
Assistente: Rafael Araujo
Cenotécnico: Valdeniro Paes (Nenê)

Fotografia: João Caldas
Programação Visual: Sato/ Casa da Lapa
Assessoria de imprensa: Fernanda Teixeira/Arte Plural
Produção Executiva: Cais Produção Cultural
Beto de Faria e Jose Renato Fonseca de
Almeida

CRÉDITOS:

Este trabalho foi realizado com o suporte da Bolsa para pesquisa e criação artística da John Simon Guggenheim Foundation e com subsídio do Programa Rumos Dança do Itaú Cultural. O livro A Casa de D. Yaya, organizado por Marília Cecília Franco Lourenço (São Paulo: Edusp/Imprensa Oficial do estado de São Paulo, 1999), foi referência inicial para a realização do projeto. A Casa de D.Yaya é imóvel próprio da Universidade de São Paulo, tombado pelo CONPRESP e CONDEPHAAT e objeto de convênio firmado entre Fundação Zerbini, o Instituto Brasileiro Pró-Desenvolvimento Social (PRODES) e a Universidade de São Paulo.

O conteúdo das imagens do vídeo e da performance é de total responsabilidade da criadora intérprete.


 

VESTÍGIOS

É uma obra que tem como característica a interseção entre as linguagens da dança, performance, vídeo e instalação. Tem como ponto de partida os aspectos monumental e sagrado dos sambaquis, sítios indígenas pré históricos encontrados no litoral do Brasil, os quais são sobretudo cemitérios e, portanto, resultado da repetição de cerimônias fúnebres durante mais de mil anos. Essas cerimônias geraram a acumulação de grandes quantidades de restos faunísticos e de vestígios culturais, compondo intrincada camada estratigráfica.

A instalação coreográfica ao resgatar a nossa memória ancestral pré-colonial propõe uma reflexão sobre a necessidade de trazer à tona no campo das artes e da vida as forças de criação e resistência que operam através do corpo vibrátil* em um exercício intenso do sensível , em uma relação com o mundo como campo de forças e não como forma e representação, portanto, é uma tentativa poética de tornar o invisível sensível, ou seja, tornar visíveis
as mensagens emitidas pelos sambaquis perdidas no tempo, reconectando-os aos seus aspectos monumentais e sagrados.

O trabalho baseia-se no método ou dialética desenvolvida pelo artista de land art Robert Smithson sobre a relação entre o lugar e o não lugar. O lugar sendo a realidade crua e física, a terra ou o chão dos quais não estamos realmente conscientes quando estamos no interior de uma sala ou algo do gênero, e o não lugar, sendo a galeria ou o estúdio para o qual ele transferia o material encontrado no lugar durante o processo de criação de suas obras. Inspirado nessa dialética Vestígios propõe uma viagem ficcional entre o não lugar, o local da instalação coreográfica e o lugar, o espaço de fora, onde encontram-se os sambaquis pesquisados.

*Corpo vibrátil: termo desenvolvido pela psicanalista Suely Rolnik.

Ficha Técnica

Concepção e Direção Geral: Marta Soares
Performance: Marta Soares
Desenho de Som: Lívio Tragtenberg
Desenho de Luz: Andre Boll
Espaço Cenográfico: Renato Bolelli Rebouças
Assistente de Cenografia: Beto Guilguer
Vídeo: Leandro Lima
Fotografia do Vídeo: Ding Musa
Captação de Som: Fernando Mastrocolla de Almeida
Operadora de Luz: Silviane Ticher
Operador de Som e Vídeo: Rafael Araujo
Cenotécnico: Valdeniro Paes
Assistente: Manuel Fabrício
Assessoria de Imprensa: Fernanda Teixeira / Arte Plural
Programação Visual: Sato e Murilo Thaveira / Casa da Lapa
Registro Fotográfico: João Caldas
Produção Executiva: Cais Produção Cultural
Beto de Faria e Jose Renato Fonseca de Almeida

Vestígios foi desenvolvido com o apoio do Prêmio Rumos/Dança do Itaú Cultural 2009. Recebeu o prêmio APCA 2010 na categoria Pesquisa em Dança e indicação ao Prêmio da revista Bravo! 2010.

A Ocupação Marta Soares tem o apoio do Programa de Fomento a Danca de São Paulo.

 


 

MARTA SOARES

Marta Soares é dançarina, coreógrafa e performer. Completou o One Year Course no Laban Centre for Movement and Dance em Londres. Em Nova Iorque completou o bacharelado em artes (BA) no Empire State College na State University of New York (SUNY), o Certificado em Análise de Movimento Laban (CMA) no Laban/Bartenieff Institute of Movement Studies (LIMS), estudou e trabalhou com a diretora e dramaturga Lee Nagrin (fundadora do grupo “The House” dirigido por Meredith Monk e ganhadora do Prêmio OBIE em dramaturgia) e nas escolas Movement Research , Susan Klein , Alwin Nickolais entre outras. Apresentou os seus trabalhos em show cases em vários teatros downtown de Nova Iorque entre os quais destacam-se: PS 122, DIA Arts Foundation e The Knitting Factory. Recebeu a Bolsa para artistas da Fundação Japão através da qual estudou dança butô com Kazuo Ohno em Tóquio.

No Brasil criou o solo “Les Poupées” (Prêmio APCA 1997 na categoria Pesquisa em Dança) com o apoio da Bolsa Rede Stagium ; o trabalho em grupo “Formless” (Prêmio APCA 1998 na categoria trilha sonora desenvolvida por Lívio Tragtenberg) com o apoio do Prêmio Estímulo Flávio Rangel de Artes Cênicas do Ministério da Cultura e Funarte; o solo “O Homem de Jasmim” (Prêmio APCA 2000 nas categorias concepção/ direção e vídeo/cenografia) com o apoio da Bolsa Vitae de Artes e do Prêmio Estímulo de Dança – Novas Linguagens Coreográficas da Secretaria de Estado da Cultura de São Paulo apresentado na Mostra Rumos Dança 2000/2001 no Itaú Cultural.

Colaborou com a bailarina Miriam Druwe como orientadora na criação do solo “ Estar Sendo” apresentado na mostra Livre Transito no evento Dança em Pauta no Centro Cultural Banco do Brasil. Recebeu a Bolsa para Pesquisa e Criação Artística da John Simon Guggenheim Foundation através da qual criou o solo “O Banho” (Prêmio APCA 2004 na categoria instalação coreográfica) o qual teve a sua estréia na Galeria Vermelho na Mostra Rumos/Dança 2003/2004 do Itaú Cultural. Dirigiu o solo “206” interpretado pela bailarina Lilia Shaw para o evento Solos em Questão da Cia. 2 do Ballet da Cidade de São Paulo (Prêmio APCA 2004) na categoria instalação coreográfica..

Desenvolveu o espetáculo em grupo “Um corpo que não agüenta mais” com o apoio do I e IV Programa Municipal de Fomento a Dança da Secretaria de Cultura da Cidade de são Paulo e Prefeitura da Cidade de São Paulo, o qual teve a sua estréia na Mostra SESC de Artes Circulações em 2007 e, uma segunda temporada no Espaço Viga em 2008. Recebeu o VI Programa Municipal de Fomento a Dança da Secretaria de Cultura da Prefeitura de São Paulo e o Prêmio Rumos Dança do Itaú Cultural 2009/ 2010 para desenvolver a instalação coreográfica “ Vestígios” indicada ao Prêmio da BRAVO! 2010 e ganhadora do Prêmio APCA 2010 na categoria Pesquisa em Dança. Vem realizando o projeto Deslocamentos/Experimentos contemplado com as 14ª e 16o Edições do Programa de Fomento à Dança de São Paulo, o qual teve a sua estréia em fevereiro de 2014 na Casa Modernista – projetada em 1927, pelo arquiteto russo Gregori Warchavchik (1896-1972) – em um formato site specific utilizando vários espaços internos e externos da mesma e realizou uma segunda temporada em 2015 na Casa do Povo.

Os seus trabalhos foram apresentados em vários festivais nacionais e internacionais entre os quais destacam-se: Fórum Internacional de Dança em Belo Horizonte (FID), Festival Panorama Rio Arte de Dança, Festival Porto Alegre Em Cena, Festival Internacional de Dança de Recife , Bienal Internacional de Dança do Ceará e Festival de Dança de Joinville. Festival Temps d’Images no CentQuatre em Paris, França, Festival Queer Zagreb em Zagreb, Croácia, Festival Europália no The Single na Antuerpia, Bélgica e Festival In Transit na Haus der Culturen der Welt em Berlim, Alemanha.

É mestre em Comunicação e Semiótica e doutora em Psicologia Clínica/Artes (Núcleo de Subjetividade) pela Pontificie Universidade Católica de São Paulo onde também lecionou na Faculdade das Artes do Corpo no período entre 1999 e 2012.