Tendo como a indagação norteadora de nosso trabalho “O que vemos quando olhamos dança?”, a contrapartida assume para nós um valor intrínseco fundamental ao processo de criação – para além de sua urgente e necessária função social –, por nos possibilitar uma troca mais intensa com o público, com outros artistas, outros olhares. Por meio da formação gratuita de 4 meses, do diálogo com espectadores e artistas observadores das “performances observatório”, das oficinas, dos ensaios abertos, dos seminários, desejamos convidá-los a pensar conosco sobre como nossa percepção e nossa subjetividade se mesclam e se projetam no espaço da dança que observamos.
Permitir ao nosso desejo contagiar outros desejos, e também arriscar-se no encontro com desejos outros, olhares outros, repertórios diversos. Explorando as zonas fronteiriças, buscamos encontrar formas de incluir o outro, seu olhar e sua alteridade no processo de criação, desafio que sabemos tão central para a dança contemporânea hoje.
As performances-observatório serão sempre precedidas de uma oficina de duas horas aberta ao público, para estímulo da sensibilidade física e do olhar em relação ao espaço e ao movimento, para que aqueles que desejarem possam experimentar em seu corpo procedimentos introdutórios do trabalho de dança que realizamos, e assim terem elementos vivenciados no corpo como ferramenta de fruição. Tais oficinas terão um formato introdutório para que qualquer pessoa sinta-se à vontade para participar e possa aproveitar, mas não por isso superficial, e sim o recorte apropriado para aprofundamento do contexto diversificado e demonstrado ao público amplo e leigo.
No início da performance observatório, como já mencionamos acima, o convite ao público para a vivência inclui informá-lo sobre as partituras de movimento que serão trabalhadas pelos dançarinos e também o estímulo ao registro de imagem que pode ser fotográfico ou não, daquilo que parecer interessante ao seu olhar. Ao final, o chá e a roda de conversa, para trocas, retornos, dúvidas, críticas, sugestões, em suma, expressão do público diante dos artistas, e também o convite de compartilhar fotos e outros registros em nossas redes sociais.
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O Projeto O QUE VEMOS QUANDO OLHAMOS DANÇA?, de Beth Bastos e Núcleo Pausa foi contemplado com a 25° Edição do Programa Municipal de Fomento à Dança