O Projeto contemplado no Edital Proac Expresso Lei Aldir Blanc 48/2020 – Prêmio por Histórico de Realização em Dança), se trata da apresentação da videodança PÓS-SACRE da Cia. Perversos Polimorfos e duas OFICINAS
PÓS-SACRE – videodança da Cia. Perversos Polimorfos a partir de estudos sobre a “Sagração da Primavera”.
Montagem: Natalia Belasalma de Oliveira Direção: Fábio Furtado e Ricardo Gali
duração: 24’
Ela disse: eu a vejo de cima, deitada na terra. Ela disse: como é essa luz, quando a gente pensa nas pessoas que já morreram? Ela disse: é uma luz constante, digo, como num deserto em que não anoitece nunca. Ele disse: é um horizonte alto. Ela disse: e por que deixaram que ela morresse assim, sozinha? Por que só ficaram assistindo? Ele disse: e no dia seguinte? Como foi na manhã depois que ela morreu? Ela disse: é uma acumulação de energia. Uma matemática, mas que leva a um estado que já não pode ser medido muito bem. Ela disse: é um corpo que se move, mas que não chega a lugar nenhum. Ele disse: quero matar as coisas pelas quais me reconheço. Ele disse: tem uma gravidade nos momentos que antecedem o fim. Uma gravidade do ser mesmo, uma melancolia, como no olhar que os outros bichos nos lançam um pouco antes de morrer. Ela disse: os sacrifícios são experiências que ficam no corpo. Eles deixam marcas. Ele disse: ela precisa medir o espaço com o próprio corpo. Ela disse: repetir, repetir, até chegar a alguma coisa que seja diferente. Ela disse: todos só olham para essa morte, para o final. Mas antes tem uma vida inteira. Ela disse: são muitas imagens que passam, só que nenhuma tem protagonismo. Ele disse: é erótico, mas porque é fértil. Ela disse: na natureza, o ouro é um metal que geralmente vem puro. Ela disse: se eu fosse uma árvore, minha raiz só poderia ser o osso sacro. Ela disse: uma mulher sai do escuro. Pedras amarradas. Um círculo. Uma placa de metal cobrindo o ventre. Ele disse: é um encantamento sombrio. Ela disse: o que é isso que não estamos preparados para ver? Neste momento em que parece que já vimos todas as imagens? Ela disse: o medo pode contribuir para construir um outro corpo? Ela disse: ela está de costas e não vemos o que ela faz. Porque ela faz para o mundo de lá, não para nós. Ele disse: quando se faz um sacrifício, há algum tipo de esperança. De que algo aconteça, de que algo mude. Ela disse: são mãos que nunca se tocam. Como seria um corpo que nunca sentiu um outro toque? Ela disse: Uma oferenda não pode ser uma barganha. Ele disse: esta madeira, esta árvore, ela está viva ou morta? Ela disse: são tantos ritmos que, quando se percebe, o espaço mudou. Ele disse: sempre que deixamos algo para a terra, ela cuida. Ela disse: é um círculo, mas que tende para dentro de si. Se isso fosse possível. Ele disse: ainda não sei como esse corpo se levantou do chão.
PÓS-SACRE
MONTAGEM
Natalia Belasalma de Oliveira
FOTOGRAFIA
Fábio Furtado
Assistente: Vitor Serrano
DIREÇÃO
Fábio Furtado
Ricardo Gali
Assistente: Carolina Splendore
INTÉRPRETES
Carolina Canteli
Daniela Moraes
Danielli Mendes
Flora Barros
Jean Valber
Layla Bucaretchi
Lucas Delfino
Rafaela Sahyoun
PRODUÇÃO
Carolina Splendore
José Renato Fonseca de Almeida
Assistente: Rafael Limongelli
CÂMERAS
Fábio Furtado
Vitor Serrano
Carolina Splendore
FOTOGRAFIA E CÂMERA (cena Lucas Delfino)
Estevan Reder aka Vantees
DESENHO DE LUZ
Aline Santini
Assistentes: Clara Caramez e Vinícius Andrade
CONSULTORIA MUSICAL
Lourenço Rebetez
EDIÇÃO E MIXAGEM DE SOM
João Victor Coura – Estúdio Pongá
SOM DIRETO
Fábio Furtado
COLORIZAÇÃO
Fábio Furtado
ARTE GRÁFICA
Fernando Bizarri Requena
ASSESSORIA DE IMPRENSA
Elaine Calux
REDES SOCIAIS
Ricardo Gali
PRODUÇÃO EXECUTIVA
Cais Produção Cultural
Este filme integra o projeto #semfiltro
ASSISTA
OFICINAS
FTMM (Felipe Teixeira e Mariana Molinos)
MICRODRAMATURGIAS INVASORAS.
A dança e o audiovisual na construção de sentidos.
20h
Dias:
20/10/21
27/10/21
03/11/21
10/11/21
17/11/21
Das 14h às 18h
FTMM movidos pelo desejo de colocar a dança em novos contextos, debruçam-se sobre as estruturas das redes sociais como matéria de pesquisa, de interatividade, acessibilidade e comunicação. Nesses termos, emergem perguntas que articulam estudos. Como construir danças potentes, articuladoras de material estético-etico-politico que promova o anseio de novos contextos, fazendo uso dos recursos midiáticos da contemporaneidade? Assim surge esta oficina.
Microdramaturgias Invasoras é um convite ao exercício da limitação de tempo (promovido pelas redes sociais) como um dispositivo de investigação das possibilidades de expressão da dança e audiovisual.
Nos 5 encontros, a partir de estudos técnicos, pretende-se desenvolver propostas curtas, com pequenas estruturas dramatúrgicas que permitam verticalizar a interação entre os recursos que um corpo possui para expressar determinadas informações e o modo como o audiovisual se aliança e potencializa a veiculação desses desejos.
Uma oficina online, interativa, que tem por base a investigação, a pesquisa e a produção. Um espaço para trabalhar a brevidade como estimulo de síntese e produção de sentidos.
Introdução a linguagem audiovisual aplicada a dança (Perdro Tinen)
“Introdução a linguagem audiovisual aplicada a dança, com coordenação de Pedro Tinen, de 08 de junho à 08 de julho de 2021, totalizando 20 horas, com participação publica na Oficina Cultural Oswald de Andrade, localizada na Rua Três Rios, 363 – Bom Retiro – Cep: 01123-001 – São Paulo – SP.