# SEM FILTRO – Cia Perversos Polimorfos

Category
2021, Cia Perversos Polimorfos, Oficina / Workshop, videodança
About This Project

O Projeto contemplado no Edital Proac Expresso Lei Aldir Blanc 48/2020 – Prêmio por Histórico de Realização em Dança), se trata da apresentação da videodança PÓS-SACRE da Cia. Perversos Polimorfos e duas OFICINAS

 

PÓS-SACRE – videodança da Cia. Perversos Polimorfos a partir de estudos sobre a “Sagração da Primavera”. 

Montagem: Natalia Belasalma de Oliveira Direção: Fábio Furtado e Ricardo Gali

duração: 24’

 

Ela disse: eu a vejo de cima, deitada na terra. Ela disse: como é essa luz, quando a gente pensa nas pessoas que já morreram? Ela disse: é uma luz constante, digo, como num deserto em que não anoitece nunca. Ele disse: é um horizonte alto. Ela disse: e por que deixaram que ela morresse assim, sozinha? Por que só ficaram assistindo? Ele disse: e no dia seguinte? Como foi na manhã depois que ela morreu? Ela disse: é uma acumulação de energia. Uma matemática, mas que leva a um estado que já não pode ser medido muito bem. Ela disse: é um corpo que se move, mas que não chega a lugar nenhum. Ele disse: quero matar as coisas pelas quais me reconheço. Ele disse: tem uma gravidade nos momentos que antecedem o fim. Uma gravidade do ser mesmo, uma melancolia, como no olhar que os outros bichos nos lançam um pouco antes de morrer. Ela disse: os sacrifícios são experiências que ficam no corpo. Eles deixam marcas. Ele disse: ela precisa medir o espaço com o próprio corpo. Ela disse: repetir, repetir, até chegar a alguma coisa que seja diferente. Ela disse: todos só olham para essa morte, para o final. Mas antes tem uma vida inteira. Ela disse: são muitas imagens que passam, só que nenhuma tem protagonismo. Ele disse: é erótico, mas porque é fértil. Ela disse: na natureza, o ouro é um metal que geralmente vem puro. Ela disse: se eu fosse uma árvore, minha raiz só poderia ser o osso sacro. Ela disse: uma mulher sai do escuro. Pedras amarradas. Um círculo. Uma placa de metal cobrindo o ventre. Ele disse: é um encantamento sombrio. Ela disse: o que é isso que não estamos preparados para ver? Neste momento em que parece que já vimos todas as imagens? Ela disse: o medo pode contribuir para construir um outro corpo? Ela disse: ela está de costas e não vemos o que ela faz. Porque ela faz para o mundo de lá, não para nós. Ele disse: quando se faz um sacrifício, há algum tipo de esperança. De que algo aconteça, de que algo mude. Ela disse: são mãos que nunca se tocam. Como seria um corpo que nunca sentiu um outro toque? Ela disse: Uma oferenda não pode ser uma barganha. Ele disse: esta madeira, esta árvore, ela está viva ou morta? Ela disse: são tantos ritmos que, quando se percebe, o espaço mudou. Ele disse: sempre que deixamos algo para a terra, ela cuida. Ela disse: é um círculo, mas que tende para dentro de si. Se isso fosse possível. Ele disse: ainda não sei como esse corpo se levantou do chão.

 

PÓS-SACRE

 

MONTAGEM

Natalia Belasalma de Oliveira

 

FOTOGRAFIA

Fábio Furtado

Assistente: Vitor Serrano

 

DIREÇÃO

Fábio Furtado

Ricardo Gali

Assistente: Carolina Splendore

 

INTÉRPRETES

Carolina Canteli

Daniela Moraes

Danielli Mendes 

Flora Barros

Jean Valber

Layla Bucaretchi

Lucas Delfino

Rafaela Sahyoun

 

PRODUÇÃO

Carolina Splendore

José Renato Fonseca de Almeida

Assistente: Rafael Limongelli

 

CÂMERAS

Fábio Furtado

Vitor Serrano

Carolina Splendore

 

FOTOGRAFIA E CÂMERA (cena Lucas Delfino)

Estevan Reder aka Vantees

 

DESENHO DE LUZ

Aline Santini

Assistentes: Clara Caramez e Vinícius Andrade

 

CONSULTORIA MUSICAL

Lourenço Rebetez

 

EDIÇÃO E MIXAGEM DE SOM

João Victor Coura – Estúdio Pongá

 

SOM DIRETO

Fábio Furtado

 

COLORIZAÇÃO

Fábio Furtado

 

ARTE GRÁFICA

Fernando Bizarri Requena

 

ASSESSORIA DE IMPRENSA

Elaine Calux

 

REDES SOCIAIS

Ricardo Gali

 

PRODUÇÃO EXECUTIVA

Cais Produção Cultural

 

Este filme integra o projeto #semfiltro

ASSISTA

 

OFICINAS

FTMM (Felipe Teixeira e Mariana Molinos)

MICRODRAMATURGIAS INVASORAS.

A dança e o audiovisual na construção de sentidos.

 

20h

Dias:

20/10/21

27/10/21

03/11/21

10/11/21

17/11/21

Das 14h às 18h

 

FTMM movidos pelo desejo de colocar a dança em novos contextos, debruçam-se sobre as estruturas das redes sociais como matéria de pesquisa, de interatividade, acessibilidade e comunicação. Nesses termos, emergem perguntas que articulam estudos. Como construir danças potentes, articuladoras de material estético-etico-politico que promova o anseio de novos contextos, fazendo uso dos recursos midiáticos da contemporaneidade? Assim surge esta oficina.

Microdramaturgias Invasoras é um convite ao exercício da limitação de tempo (promovido pelas redes sociais) como um dispositivo de investigação das possibilidades de expressão da dança e audiovisual. 

Nos 5 encontros, a partir de estudos técnicos, pretende-se desenvolver propostas curtas, com pequenas estruturas dramatúrgicas que permitam verticalizar a interação entre os recursos que um corpo possui para expressar determinadas informações e o modo como o audiovisual se aliança e potencializa a veiculação desses desejos.

Uma oficina online, interativa, que tem por base a investigação, a pesquisa e a produção. Um espaço para trabalhar a brevidade como estimulo de síntese e produção de sentidos.

 

Introdução a linguagem audiovisual aplicada a dança (Perdro Tinen)

“Introdução a linguagem audiovisual aplicada a dança, com coordenação de Pedro Tinen, de 08 de junho à 08 de julho de 2021, totalizando 20 horas, com participação publica  na Oficina Cultural Oswald de Andrade, localizada na Rua Três Rios, 363 – Bom Retiro – Cep: 01123-001 – São Paulo – SP.